Confesso que demorei para descobrir quem iria entrevistar,
porém não poderia deixar de fazer este trabalho com a pessoa que me inspira, a minha
melhor amiga, uma parte de mim... Para o mundo: Sandra Maria, para mim: minha
mainha véia!
Claro que eu não ia deixar passar essa oportunidade de vê-la
toda serelepe, contando sobre sua vida e se vangloriando de ter se tornado uma
mulher bonita, com aspecto jovem e inteligente, com filhos saudáveis e educados
(como boa leonina que é!).
Sandra Maria Aguiar de Almeida, 47 anos, formou-se em
Publicidade em 2010, sempre muito comunicativa e criativa, teve a sorte de ter bons
amigos que sempre a levava a bons lugares onde enriqueceu as ideias de mundo,
principalmente.
Primogênita de 3 filhas, sofreu a realidade da depressão pós
parto. Então, a princípio, não era querida por quem a gerou, além da carga de ter a responsabilidade materna das
irmãs mais novas.
Seus primeiros contatos com a leitura se deram com a bíblia
sagrada, pois vinda de uma família materna extremamente evangélica, ela não
poderia ter contato com nada “do mundo”.
“Eu lembro que toda
dia perto das 18h, seu avô chegava com o café pra sua avó fazer e enquanto isso
ela me colocava para ler a bíblia, até a janta ficar pronta... aí ficava todo
mundo me ouvindo até que ela começasse a oração antes de comermos”.
Seus contatos com a leitura sempre foram muito restritos e, como
citei anteriormente, por ser vítima da depressão pós-parto da minha vó, foi
obrigada a ir morar na escola de freiras, onde teve uma educação muito rígida e
a visão de mundo se dava através dos ensinamentos fechados que as próprias
freiras davam.
“Meu primeiro contato
de verdade, com um livro que eu queria ler mesmo, foi com uns 16 anos já,
quando eu ia passar o final de semana na casa de sua madrinha. Lá ela tinha uma
estante cheia, ai eu comecei a ler a partir daí”.
Mainha confessa que, de fato, não se considera uma leitora assídua.
Culpa o tempo, os afazeres domésticos e vários outros motivos que a gente
costuma dar para não fazer o que não quer. Mas a sorte dela é que, se alguém indicar
algo para ler, ela com certeza ganha um ânimo para que possa ler.
“Uma época dessas, minhas
amigas todas lendo um livro que o nome é 50 tons de cinza. Me disseram que era
picante... eu nem queria ler, mas eu não ia ficar sem assunto com elas né? Ai eu
li! Mas eu achei muita modernidade pra mim viu? Soube que tem continuação, mas
é melhor deixar quieto (risos)”.
Fazendo uma análise sobre a minha vida de leitor e a da
minha mãe, eu vejo que o desinteresse se dá pela falta de estímulo lá no início
e até mesmo a não abertura para o mundo que a leitura proporciona.
Como sempre a escola nos formando bons cavalos com viseiras para que não possamos enxergar algo além.
Como sempre a escola nos formando bons cavalos com viseiras para que não possamos enxergar algo além.
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