Reynald, aluno do ensino fundamental, cerca de 11 anos.
Conheceu a língua portuguesa com outros olhos com uma doce professora. Aprendeu
além da gramática, como também se mostrar crítico e aberto para o mundo que os
livros oferecem. Como boa professora que sempre foi, logo tomou voos mais
altos e deixou órfão aquele seu pequeno aprendiz de leitor.
Alguns outros professores passaram, mas nenhum deles foi
suficientemente interessante a ponto de acender aquela chama que foi apagada
com o tempo.
Ensino médio, adolescência fervilhando, vestibular batendo na
porta. Novo professor, homem aparentemente sério, grande parte das
vezes sarcástico, lidava com os alunos como se fossem apenas “pessoas menos
inteligentes”. Seu maior legado era ter formado pessoas que se preocupavam mais
em caçar erros gramaticais nas coisas que lia, do que próprio o que a
literatura proporcionava.
Toda vez tentava começar algum livro, lhe era dito que havia
coisas mais importantes a fazer, como estudar matemática, física, biologia e
todas aquelas coisas chatas, porem necessárias para conseguir ser aprovado no
vestibular. E aquela chama que por ora estava esquecida, se tornou apenas algo
bem menor, dentre todas as obrigações.
Por fim, a chama do leitor que havia crescido, se
extinguiu... Ou talvez ela só precise de um novo gás para acendê-la novamente.
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